Ginástica Laboral

10/06/2014 10:46

Ginástica Laboral

Fonte: Revista on-line do CONFEF de agosto de 2004. Disponível no endereço: www.confef.org.br.

Introdução

Os primeiros registros da prática de Ginástica Laboral são de 1925. Neste ano, na Polônia, operários se exercitavam com uma pausa adaptada a cada ocupação particular. Alguns anos depois esta ginástica foi introduzida na Holanda e na Rússia.No início da década de 60, ela começou a ser praticada na Alemanha, Suécia, Bélgica e Japão. Os Estados Unidos adotaram a Ginástica Laboral em 1968. Os norte-americanos criaram a International Management Review, uma das mais significativas avaliações sobre a saúde do trabalhador pelo exercício físico. Ainda nesta época, a NASA, a agência espacial dos Estados Unidos, envolveu 259 voluntários numa pesquisa, que obteve resultados significativos.

No Brasil, as primeiras manifestações de atividades físicas entre funcionários foram registradas em 1901, mas a Ginástica Laboral teve sua proposta inicial publicada em 1973. Algumas empresas começaram a investir em empreendimentos com opções de lazer e esporte para os seus funcionários, como a Fábrica de Tecido Bangu, a pioneira e o Banco do Brasil, coma posterior criação da Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB). Já no início da década de 70, a Federação de Estabelecimento de Ensino Superior (FEEVALE), em Novo Hamburgo (RS), através da Escola de Educação Física, publicou uma proposta de exercícios baseados em análises biomecânicas, Educação Física Compensatória e recreação. Em 1979, a mesma entidade, em convênio com o SESI (Serviço Social da Indústria), elaborou e executou o projeto de Ginástica Laboral. Em 1999, a Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul criou o curso que visa preparar alunos e profissionais para esta área de atuação.

Objetivo

O seu objetivo é proporcionar ao funcionário uma melhor utilização de sua capacidade funcional por meio de exercícios de alongamento, de prevenção de lesões ocupacionais e dinâmicas de recreação. O programa de atividades deve ser desenvolvido após uma avaliação criteriosa do ambiente de trabalho e de cada funcionário em particular, respeitando a realidade da empresa e as condições disponíveis.

Algumas definições

L.E.R. (Lesões por Esforços Repetitivos) foi criada para identificar um conjunto de doenças que atingem músculos, tendões e articulações dos membros superiores e eventualmente membros inferiores, e que têm relação direta comas tarefas, ambientes e organização do trabalho. De acordo com a Organização Mundial de Saúde as L.E.R.s são a segunda causa de afastamento do trabalho no Brasil. A cada 100 trabalhadores na região Sudeste, por exemplo, um é portador de L.E.R. A maior incidência da doença acontece na faixa etária de 30 a 40 anos.

D.O.R.T. (Distúrbios Osteoarticulares Relacionados ao Trabalho) é a mais nova terminologia adotada pelo INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) e tenta ampliar o conceito da doença para distúrbios inflamatórios e ou oriundos da compressão de nervos, provocados por atividades que exigem do trabalhador uma sobrecarga física ou atividades que demandam uma sobrecarga psíquica.

Ergonomia: conjunto de ciências e tecnologias que buscam a adaptação entre o ser humano e seu trabalho. O objetivo básico da Ergonomia é adaptar as condições de trabalho (máquinas, locais, ferramentas) às características do ser humano. Quando a sintonia entre trabalho e trabalhador é alcançada, os benefícios são rapidamente percebidos.

Corporate Fitness ou Academia Corporativa: academias dentro das empresas. Há alguns anos, as empresas vêm criando espaços, dentro de seu ambiente, destinados ao treinamento físico de seus colaboradores, o que melhora a qualidade de vida individual e por conseqüência os níveis de saúde da população da empresa, diminuindo os custos com assistência médica e aumentando a produtividade.

 

Tipos de Ginástica Laboral

Fonte: Mendes A. R; Leite N. Ginástica laboral: princípios e aplicações práticas. São Paulo: Manole, 2004.

Segundo Mendes e Leite a Ginástica Laboral (GL) é classificada quanto ao horário de execução e quanto ao objetivo. No que diz respeito à execução, a GL pode ser:

- Preparatória (no início do expediente): aquecimento, ativação neuromuscular e concentração;

- Compensatória (no meio do expediente): prevenir vícios posturais, fadiga muscular e mental;

- Relaxante (no fim do expediente): diminuir a tensão muscular.

Quanto ao objetivo:

- Preparatória ou Postural: prepara para atividades de força, velocidade ou resistência;

- Compensação: previne instalação de vícios posturais;

- Corretiva: restabelece equilíbrio muscular e articular;

- Conservação ou Manutenção: mantém o equilíbrio fisiomorfológico.