Capoeira - Origem e fundamentos

10/12/2015 19:30

Origem da Capoeira

                Várias são as hipóteses sobre a modalidade, existindo duas fortes correntes, uma afirma que a capoeira teria vindo para o Brasil trazida pelos escravos e outra considera a capoeira como uma invenção dos escravos do Brasil. Porém não existem documentos que comprovem estas hipóteses. Muitos estudiosos e historiadores afirmam que sua origem vem da escravidão.

                De acordo com a primeira hipótese alguns historiadores se baseiam no que ocorreu no Brasil á partir do século XVI. Foi uma das maiores violências contra um povo, mais de dois milhões de negros foram trazidos da África pelos colonizadores portugueses, para se transformarem em escravos nas lavouras da cana de açúcar, foram obrigados a atravessar o oceano nos navios negreiros em condições subumanas, desembarcaram em portos como Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro.

                Ao contrário do que muitos dizem, os negros escravos não se deixaram pacificar no cativeiro, a história brasileira narra diversos episódios onde os escravos se rebelaram contra a humilhante situação que se encontravam. Uma das formas desta resistência foi o QUILOMBO: Comunidades organizadas pelos negros fugitivos e em locais de difícil acesso. Geralmente em pontos altos das matas. O maior deste Quilombo estabeleceu-se em Pernambuco no século XVII, numa região conhecida como PALMARES. Distribuído em pequenas povoações chamadas mocambos e com uma hierarquia onde o ápice encontrava-se o rei Ganga-Zumbi. Palmares pode ter sido o berço das primeiras manifestações da Capoeira.

                Desenvolvida inicialmente para ser uma defesa, a capoeira, foi sendo ensinada aos negros ainda cativos, por aqueles que eram capturados e voltavam aos engenhos. Para não levantar suspeita, os movimentos da luta foram adaptados ás cantorias e músicas africanas para que parecesse uma dança. Assim como no candomblé, cercada de segredos, a Capoeira se desenvolveu como forma de resistência, luta bem valiosa em defesa da liberdade do negro, forma de identidade grupal e afirmação pessoal.

                Vários pesquisadores, e historiadores brasileiros estiveram na África e principalmente em Angola e jamais foram encontrados vestígios de uma luta parecida com a nossa Capoeira.

                Do campo para a cidade, a Capoeira ganhou a malícia dos escravos e dos freqüentadores da zona portuária. Na cidade do Salvador, capoeiristas organizados em bandos provocavam arruaças nas festas populares e reforçando o caráter marginal da luta. Durante décadas a Capoeira, foi proibida no Brasil. A liberação de sua prática deu-se apenas na década de 30 (Estado Novo), quando uma variação da capoeira (mais para o esporte do que manifestação cultural) foi apresentada ao então presidente Getúlio Vargas.

REFLEXÃO:  O que podemos tirar como reflexão sobre a capoeira?

                É que a capoeira é a fusão de várias etnias do povo africano trazido para o Brasil, sob a forma de escravos. Sendo que os negros já nascidos no Brasil, foram os responsáveis pelo seu desenvolvimento aperfeiçoando com o  passar dos tempos uma dança e escondendo uma luta  com a determinação de liberdade e independência.

                Porém é importante saber que o conselheiro Rui Barbosa, quando Ministro da Fazenda do Governo de Deodoro da Fonseca mandou  queimar toda a documentação pertinente a escravidão negra no Brasil, achando que tratava-se de uma mancha negra na história do país, na qual deveria ser apagada, essa resolução data de 15 de Novembro de 1890.

                Origina-se  dos capoeiros: lugares com pouco mato onde os negros fugidos enfrentavam seus perseguidores.

                José de Alencar, escritor, em 1865, na sua primeira edição de Iracema, propôs para o vocábulo capoeira, o tupi – caa-apuam-era (ilha de mato já cortado).

                Além disso, capoeira significava cesto de varas, onde se guardavam aves, capões, galinhas, etc. conta-se que os escravos, ao levarem capoeiras de aves para vender, enquanto esperavam o mercado abrir, divertiam-se jogando capoeira.

                Outro argumento para o vocábulo é a existência  no Brasil, de uma ave chamada capoeira que se encontra  por vários estados brasileiros, também pode ser encontrada no  Paraguai, é também conhecida com o nome de Erú, anda pelo chão e agrupam-se em bandos. 

                Hoje já não temos  mais  dúvidas de que essa junção de etnias de povos africanos, e mais tarde com seus descendentes diretos no Brasil, denomina-se: CAPOEIRA.

TÚNEL DO TEMPO DA CAPOEIRA

No século XV - Foram trazidos para o Brasil milhares de negros para o trabalho escravo.

No século XVII - Chegada dos primeiros escravos africanos notadamente Grupo Bantu-Angolense.

Em 1624 - Com a invasão dos holandeses no Nordeste Brasileiro, escravos fogem e fundam quilombos e pela primeira vez ouve-se falar no termo "Capoeira".

1630 a 1694 - Epopéia de Palmares. Zumbi dentre todos era o mais forte, valente e ágil. O maior dos Quilombos. A capoeira se dissemina entre todos aqueles que resistem a escravidão.

1712 - O termo "Capoeira" é registrado pela primeira vez na língua portuguesa.

1835 - Capoeiristas participam ativamente da Revolta dos Malês em Salvador.

1850 - Surge no Rio de Janeiro "Os Maltas", grupos de capoeiristas que dominavam várias regiões da cidade.

1889 - Nasce Mestre Pastinha (principal representante da capoeira Angola)

1890 - A prática da Capoeira é proibida por Lei. 

1899 - Nasce Mestre Bimba (principal representante da capoeira Regional)

1932 - Mestre Bimba funda a primeira Academia de Capoeira do mundo em recinto fechado.

1937 - Revogada a Lei que proibia a prática da Capoeira.

1941- Mestre Pastinha funda o Centro Esportivo de Capoeira Angola.

1972 - Resolução do Conselho Nacional do Desporto reconhece a Capoeira como esporte.

1980 - A Capoeira se dissemina por todas as regiões do país.

2000 - CREF e CONFEF aprovam Lei que proíbe qualquer capoeirista de ensinar em Escolas, Academias e Centro Sociais que não tenha o diploma de Graduado em Educação Física.

2004 em diante - lutaremos pela Criação de um Conselho de Mestres do Brasil para buscar um grande número de assinaturas revogando a Lei do CREF e CONFEF, bem como a aprovação para Profissionalização dos Capoeiristas.

Fonte: https://acalf.blogspot.com.br/2011/01/origem-da-capoeira.html

Questões (Responda em folha separada. Fique com o texto para seu estudo.)

  1. Qual a versão referente à origem da capoeira que você acredita ser a mais provável? Explique-a com suas palavras.
  2. Você conhecia essa história? Se sim, como ficou sabendo?
  3. É possível fazer uma relação entre a capoeira e a história do povo brasileiro? Se sim, de que forma?
  4. Escolha um dos acontecimentos apresentados no túnel do tempo e faça um comentário ou pergunta.
  5. A capoeira é uma luta ou dança? Justifique sua resposta.
  6. Qual acontecimento dificulta o estudo da histórica da capoeira?

Capoeira - A luta, a Arte

A capoeira é ao mesmo tempo uma luta e uma arte. Mas você sabia que durante muito tempo a capoeira foi proibida no Brasil? Quem vê crianças pequenas jogando capoeira nas escolas ou rodas de capoeira com a apresentação de grandes mestres nem pode imaginar que essa conhecida forma de expressão das raízes negras era mal-vista e considerada perigosa.

Para jogar capoeira precisamos de um ritmo, ditado pelo atabaque, pelo berimbau e pelo agogô. Essa música é bem característica. Dois parceiros, de acordo com o toque do berimbau, executam movimentos de ataque, defesa e esquiva. Eles simulam uma luta. Para jogar capoeira é preciso habilidade e força, além de integração e respeito entre os parceiros.

O gingado é a base da capoeira. É um movimento ritmado que mantém o corpo relaxado e o centro de gravidade em constante deslocamento. A partir do gingado surgem os outros movimentos de ataque ou contra-ataque. Os jogadores nunca estão parados e isso torna a capoeira muito bonita de se ver.

Os nomes dos golpes da capoeira fazem referência a animais, instrumentos de trabalho dos escravos e também da vida cotidiana dos negros que vieram da África e trouxeram consigo seus custumes e crenças.

Infelizmente a capoeira não é tão explorada pela mída como o futebol e outros esportes, apesar de fazer parte da nossa cultura e ser uma Arte e Luta genuinamente brasileira. Vários fatores contribuem para isso: ser de origem negra; não possibilita lucros para as emissoras como o futebol, por exemplo; como é uma arte brasileira não é tão difundida e pratica no mundo.

 

História da capoeira

A origem da capoeira data da época da escravidão no Brasil. Muitos negros foram trazidos da África para o Brasil para trabalhar nos engenhos de cana-de-açucar, nas fazendas de café, nas roças ou nas casas dos senhores. A capoeira era uma forma de luta e de resistência.

Porém, para não despertarem suspeitas, os escravos adaptaram os movimentos da luta aos cantos da África, fazendo tudo parecer uma dança. A capoeira foi ficando do jeitinho que ela é hoje, gingada.

No início do século 19, no Rio de Janeiro, bandidos e malfeitores eram chamdados de capoeiras, como registrou o escritor Maunel Antônnio de Almeida, em "Memórias de um Sargento de Milícias". Em 1888, a escravidão foi oficialmente abolida no Brasil. Muitos negros libertos não tinham como sobreviver e acabaram na marginalidade. Em Salvador, chegaram a organizar gangues e provocar rebeliões. Durante muito tempo a capoeira foi proibida.

Na década de 1930 a capoeira já tinha adquirido um novo status em nossa sociedade. O próprio presidente Getúlio Vargas convidou um grupo de capoeira para se apresentar oficialmente no Palácio do Catete. A capoeira foi liberada. Professores de capoeira da Bahia se tornaram famosos, como os mestres Bimba, Pastinha e Gato, imortalizados nos romances de Jorge Amado.

Hoje em dia há muitas formas de jogar capoeira, e a mais tradicional preserva as raízes africanas, como a capoeira angola na Bahia.

 

Fonte:https://educacao.uol.com.br/disciplinas/cultura-brasileira/capoeira-origem.htm. Heidi Strecker, Especial para Pedagogia & Comunicação é filósofa e educadora.

 

Movimentos básicos da capoeira

Ginga:   O movimento básico de Capoeira. Em vez de o capoeirista se fixar numa posição, ele está sempre em movimento, efectuando esta espécie de dança.

Au:   O Au é basicamente aquilo a que se chama uma roda, praticada normalmente na ginástica. Também conhecido como Au Regional é usado na Capoeira como uma forma rápida de fugir ou enganar o "adversário".

Cocorinha:   A Cocorinha é um método evasivo, nomeadamente consiste na forma de evitar  pontapés circulares efectuados em curta distância. Neste movimento é necessário que a mão que toca no solo mantenha o equilíbrio, e, tal como em todos os movimentos e "jogo" capoeirista, é necessário manter sempre o contacto visual com o adversário.

Rolê:   O Rolê trata-se de um meio de se movimentar na "Roda", tal como a Ginga e o Au.

Benção:   Trata-se de um pontapé frontal, utilizado quer na Capoeira Regional quer na Capoeira Angola, que consiste num movimento de força que pode surpreender o oponente. Repare-se no movimento do joelho. O Capoeirista levanta a joelho, deixando o adversário sem a certeza se este irá fazer a Benção, o Martelo ou qualquer outro pontapé frontal com o mesmo tipo de movimento.

Ponteira:    É muito parecido com a Benção, mas trata-se de facto de um movimento bem diferente, visto que é bem mais rápido e imprevisível. Na Ponteira, o capoeirista não levanta o joelho, mas levante logo a perna num movimento arqueado, apenas flecte um pouco a perna na subida de modo a atingir com maior impacto o peito ou estômago do oponente.

Meia Lua de Frente:   A partir da Ginga levanta-se a perna aliviada - mais traseira - e roda-se numa trajectória correspondente a semi-círculo. É necessário que, no movimento, não se perca a orientação. Para melhor equilibrio, empurram-se os braços em sentido contrário.

Meia Lua de Compasso:   Também conhecida como Rabo de Arraia. Tal como na Meia Lua de Frente, levanta-se a perna e roda-se de modo a se fazer um semi-circulo, mas desta feita, o movimento é feito com ambas as mãos no chão e de costas voltadas para o oponente. É um movimento muito comum na Capoeira, que para ser eficaz deve ser efectuado muito rapidamente. O Capoeirista também deve ter cuidado ao levantar a cabeça,  porque normalmente este movimento é respondido também com qualquer tipo de Meia Lua.

Armada:   Trata-se de um pontapé rodado muito comum em Capoeira. Parecido com uma Meia Lua, devido à rotação, começa-se, como quase sempre, a partir da Ginga. Neste caso não existe apenas um rotação da perna, mas também uma importante rotação de corpo.

Martelo:   Pontapé comum em Capoeira. É necessário um bom alongamento de pernas e equilíbrio. Tal como na Benção é necessária a elevação de joelho, mas a movimentação da perna é feita num ângulo diferente. O Martelo é muito Regional, muito competitivo, forte e rápido.

 

Instrumentos musicais

Berimbau:   O Berimbau é um símbolo da Capoeira. Originalmente, a função do berimbau era advertir os combatentes de chegadas inoportunas. Constituído por um arco e uma cabaça, toca-se com uma baqueta, produzindo sons através da vibração do arco por meio de um dobrão. É este o instrumento principal da Roda, que vai definir o ritmo da música e também do "combate" de Capoeira. O berimbau pode ser: Gunga (som mais grave), Médio (som intermediário) e o Viola (som mais agudo). O berimbau gunga determina o ritmo do toque, o médio tem a função de cadenciar e manter o ritmo, já o viola faz os "repiques".

Atabaque:   É um longo tambor que traz o som do ponto baixo da orquestra.

Pandeiro:   É um pequeno tambor, de pele fina. Os cimbaletes pequenos são colocados para fora na borda do instrumento. Prende-se com uma mão, e com a outra, principalmente utilizando os dedos fazem-se os ritmos.

Agogô:   Trata-se de um elemento de percussão tradicional em muitos estilos de percussões (africano, afro-cubanos, etc...). Este é um instrumento especial pois cruzou o oceano atlântico com os escravos.

 

Ritmos

A música tem um papel muito importante na Capoeira. Diferentes ritmos de música correspondem a diferentes estilos de Capoeira. Ou seja, ritmos rápidos da música implicam um estilo rápido de Capoeira. Na lista abaixo encontram-se os vários tipos de música capoeirista:

 

Fonte: https://arodacapoeira.no.sapo.pt/musica.html

Leitura indicada: https://www.osaci.org.br/index.php/novidades/36-artes-marciais-3